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O PERDÃO

UMA OBRA DE MAR'JUNIOR

R$65

FRETE GRÁTIS PARA TODO O BRASIL

"Ele respirou fundo e, com lágrimas nos olhos, estava virando essa página na sua vida."

No Brasil na década de 1970, em plena ditadura militar, um homem que ignora que suas origens estão ligadas ao surgimento do nazismo, e uma experiente jornalista investigativa, reencontram-se na busca de um dos mais controversos documentos do século XX: o suposto diário de Hitler, para evitar que caia em mãos erradas. Enquanto isso, os corpos vão se multiplicando.

Avançando e retrocedendo no tempo em ritmo acelerado, “O Perdão”, romance de Mar’Junior, é um thriller de ação que mantém o leitor em suspense até o fim, ambientado em um dos momentos mais conturbados da história contemporânea.

Ouça um capítulo e se emocione!

O PERDÃO

copyright © 2024 by Mar’Junior

Prólogo
Rio de Janeiro/Brasil
20 de novembro de 1971
20 horas

Avenida Paulo de Frontin, no Rio Comprido.
Atualmente, ele mora num velho prédio caindo aos pedaços, com o seu quarto dando direto para o elevado. Que agora está calmo, sem automóveis passando de um lado para outro, pois pela manhã a ponte desabou… sim, um trecho da obra caiu e ele desconfia de quem fez isso.
Durante os últimos dez anos daquele período, ele já havia mudado de casa inúmeras vezes, até cair nesse lugar.
Pobre coitado, acreditava que aqui estava a salvo.
Nesse ambiente patético, sem riquezas, morava com inúmeras pessoas. Sem saber quem era quem, tinha a falsa impressão de que aqui estaria em segurança. Mesmo conhecendo bem quem o perseguia.
Foram oito anos visitando o mesmo lugar, até que um dia eles o tomaram e ele ficou impedido de retornar. Plantou uma árvore e a viu crescer; nem precisava regar, já que o próprio tempo cuidava disso.
Todo ano, a dor era implacável com ele. Chorava rios de lágrimas, mas nada faria isso mudar. Nunca entendeu por que aquilo tinha acontecido com ele, levando-o a se afastar de quem nunca deveria.
Ele sabe muito bem quem fez isso, mas não pode delatar, pois como iria provar? E foi para a sua própria sobrevivência que teve que fugir, pois seria o próximo.
E tudo por causa daquele baú. Ali se esconde a próxima bomba atômica.
Algumas vezes lhe vem à cabeça que fez o certo ao se calar diante de tudo o que viu e sabe. No entanto, teve medo e sente lá no fundo que foi um covarde.
Quando menos espera, algo vem ao seu lado — como se fosse um anjo bom — lhe dizer que ele deveria ter tomado uma atitude mais corajosa. Que deveria ter falado, gritado ao mundo. Ter informado, e não simplesmente ignorado. Só que ele fugiu como um passarinho. Igual quando se abre a porta de uma gaiola e a pequena ave sai voando em disparada, batendo as asas violentamente, para nunca mais ser pega.
Só que na esfera dos humanos não funciona assim, o que o angustia dia e noite, noite e dia, sem parar.
Em muitas noites que ele tenta pegar no sono, a imagem vem crescendo nos seus pensamentos, chegando ao ponto de gritar como se fosse naquele dia — tiros, mortes e fogo, a sombra do terror é enorme. É como se estivesse carregando um saco com 500 quilos nas costas. Como não é o caso, ele carrega esse peso não nas costas, mas dentro de si e isso o desmantela, não lhe deixa forças para sobreviver no dia a dia.
E de dia? Ah, de dia também nada vai bem. Quando pega alguma coisa nas mãos, que o leva ao passado, vem a lembrança do dia “D”. Ele se arrepia e sua respiração fica ofegante, a ponto de quase o sufocar. Chega a ser irritante essa caminhada sem eles ao seu lado. Mesmo nos momentos mais difíceis da sua vida, se é que teve uma vida alguma vez, ele jamais imaginaria estar sem sua família algum dia.
Ele não aguenta mais essa luta do bem e do mal em seu interior. O seu fracasso é pertinente ao apontar para ele diariamente, com ele se lamentando todos os dias por isso. A força que precisava ter para mudar esse quadro não foi suficiente. Mesmo tendo escutado do seu único amigo que ele não teve culpa de nada, que precisava acordar e fazer o que tinha que ser feito.
“Poxa, eu mesmo me determinei a esquecer tudo que vi, tudo que presenciei, tudo que me fez sofrer até os dias de hoje”.
Palavras, frases prontas que vêm diariamente em seus pensamentos e que não mudam em nada sua vida cotidiana.
Ao fundo, mistura-se todo o zumbido de vozes que vêm da velha TV em preto e branco, que está ligada no quarto. Pois para ele, a vida depois daquilo virou exatamente isso: preto e branco. Não tem mais cores. Não é mais sólida. É um vazio profundo que ele não consegue encher nem de ar.
Mas o que mais o revoltou foi a sua covardia. Como pôde deixá-la por lá? Como pôde ser tão omisso? E, agora, parece que tudo está vindo à tona.
Ele lembra como se fosse hoje. Por isso sabia que esse fantasma um dia se transformaria em corpo presente.
“Será que chegou a hora de eu contar a verdade e sair desse quarto de pensão? Vivo há muitos anos nessa miséria física e espiritual”.
As frases continuam a borbulhar e a incomodá-lo, enquanto o jornalismo de uma emissora de televisão mostra a cena de um crime. Não foi por acaso, como todos pensam ser. Foi algo plantado para pegá-lo. Ninguém precisa lhe dizer, ele sente isso.
Agora não há mais mistério, ele sabe muito bem quem está por trás disso.
De repente, não há mais tempo para pensar ou agir. Ele tem que ser rápido, antes que não consiga sobreviver para contar tudo.
Mesmo não querendo, ele sente uma vibração mais forte dentro de si. Tenta se desligar do noticiário, que ainda mostra cenas do acontecido mais cedo, e dobra os joelhos. Sim, ele dobrou os joelhos. Ação que nem se lembrava que ainda sabia fazer, e começa a agir para que sua história retorne de onde parou.
Ajoelhado, introduz lentamente uma conversa com quem ele abandonou nos últimos anos. Se sentindo, aliás, um lixo por isso.
Hora de se reconciliar.
— Te abandonei. — Respira mais fundo e as lágrimas começam a cair lentamente dos seus olhos. — Por que fui tão covarde, meu Pai? Por que a abandonei daquele jeito? Por que deixei todos e fugi?
Não há muito tempo para o seu conserto com Deus.
Nesse instante há uma explosão, e a porta do quarto é arrombada.
Faíscas de fogo.
Fumaça.
Ele não se vira. Somente coloca as mãos fazendo pressão na cabeça, e a abaixa até tocar no chão.
A fumaça, as vozes e o som da TV se misturam.
Enquanto isso, ele é algemado.

R$65

FRETE GRÁTIS PARA TODO O BRASIL

O Autor

Mar'Junior

MAR’JUNIOR nasceu em 21 de março de 1961, no Rio de Janeiro, onde reside até hoje. É protestante, tem dois filhos, duas netas, é ator, diretor, produtor, roteirista, autor teatral e escritor com 11 livros: “Caminhos Percorridos”, “BULLYING – EU sofri. EU pratiquei. EU hoje conscientizo.”, a trilogia “PEPITA”, “O Mensageiro”, “Soviéticos, 1950”, “Pedro no Caminho da Independência”, “4 mãos e um abraço”, “A Formiguinha e a Cosquinha” e “O Perdão”.

Autor: Mar’Junior
Idioma: Português
Capa: Com orelhas
Papel: Cartão Supremo LD
Gramatura: 250 g/m2
Impressão: 4×0
Acabamento:  Laminação Fosca (frente), Alto Relevo
Miolo: 352 páginas
Formato: 16 x 23
Papel: Polen Soft LD
Gramatura: 70 g/m2
Impressão: 1×1
Acabamentos: Alceado, Costurado, Colado e Corte Trilateral
Peso: 480 gramas
ISBN: 9786599281877
Capa: Vinicius A. Corrêa
Revisão: Valmir Rodrigues e Alexandre Ramos da Silva
Diagramação e Design: Hylder Barbosa
Narração: Patrick Moraes
Bibliotecária: Amanda Moura de Sousa
1ª Edição: 2024
Editor: Patrick Moraes
Editora: Cia Atores de Mar’

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